terça-feira, 10 de março de 2015

Resenha *Por que Indiana, João?*

João é o personagem principal, um jovem de pais separados, com uma mãe protetora; graças à ela tira boas notas, sempre faz todas às tarefas, coloca a camisa por dentro da calça e tem o cabelo bem arrumado; um pai ocupado, porém mais liberal.  Como vários garotos gosta de jogar vídeo games, tem um canal no YouTube, um amigo, uma menina dona de seu coração e sofre bullying.
Gozações que, infelizmente, já são conhecidas, como colar o caderno na carteira, ridicularizar na frente de todos, enfiar a cabeça da vítima na privada e outras "zoações".
De início o livro trás esse cenário, com o grande herói João e o vilão Guilherme, o malvado sempre zombando do mocinho enquanto o mesmo passa, digna e injustamente, por estas situações. Em meio à troça, nosso herói principal revida à violência e da um chute entre às pernas de Guilherme, seus colegas filmam essa grande reviravolta e João ganha fama na Internet, influenciando muitos jovens à delatar o bullying que sofrem.
Sendo prestigiado pelo ato de grande coragem, o herói João se torna Indiana João, em homenagem ao grande nome de Indiana Jones.        
O desenrolar do livro revela uma importante grande pergunta: será que João é tão heroico assim?






"-Meu nome é Indiana João"
Fazendo jus a famosa frase "À fama subiu a cabeça" nós deparamos com uma reviravolta maior do que o revide de João: o ex herói começa a ter atitudes completamente anti-heroicas, sua personalidade muda, ele é levado à acreditar em vingança influenciando outros jovens a seguir o mesmo caminho, com à promessa de que será algo positivo.
A sensação de "estar por cima" ao ferir fisicamente Guilherme, ser considerado famoso e prestigiado faz o protagonista não refletir sobre o quão prejudicial podem ser suas ações, mesmo antes ter sentido isso na pele.
No outro extremo, se vê um lado do bullying que é ignorado: o lado do vilão. Obviamente nada justifica atos violentos, principalmente contra alguém inocente, porém é ignorado os motivos destas ações; problemas familiares, ocasionados tanto por desavenças entre os pais, irmãos, até mesmo dificuldades matérias, falha na instituição familiar, agressões decorrentes em casa, como violência domestica tanto contra algum dos conjugues como contra à própria criança, abuso sexual, entre, tristemente, outras maneiras. Um lado que merece sua voz, afinal nada será alterado caso à mudança não se inicie da base.



Algo de foco também são os inúmeros pontos de vista que o livro mostra, o pensamento oposto de vários jovens que passaram por isso, o de uma mãe exigente, de um pai liberal, do agressor, de alguém que era outrora causador do bullying e se arrependeu, entre várias outras visões.







A leitura só me fez reforçar um pensamento que já possuía: violência não se revida com violência, o título do livro mostra bem o motivo: Por que um herói, João?

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