sábado, 25 de abril de 2015

Resenha *A Menina que Roubava Livros*

A obra traz outros olhos sobre a 2º Guerra Mundial, não somente olhos de criança, como mostra o ocorrido pelos olhos de um privilegiado pela ideologia da época, por uma criança com uma família adotiva alemã aparentemente nazista.

Vemos a morte cruzar com Liesel logo de inicio, com o falecimento do irmão menor da garota. Junto ao acontecido temos também o primeiro roubo, O Manual do Coveiro foi o alvo. A menina é levada para uma família adotiva, Hubermanns, e lá a história desenrola.
Conhecemos os vizinhos da rua Himmel(que ironicamente significa céu), onde cada morador é uma caricatura dos pensamentos da época, com comportamentos opostos, desde nazismo extremo até imitar um negro famoso.
A história se concentra, inicialmente, em Liesel e seu pai, Hans Hubermann, contudo o desenrolar faz com que nos apaixonemos por outros personagens, como a mãe adotiva Rosa Hubermann, o pequeno Rudy que quer ganhar um beijo da roubadora de livros, o judeu Max e até mesmo a esposa do prefeito.











Há algumas pinceladas de palavras eruditas, porém a leitura pode ser tida como fluente.
Contudo o livro é muito "enche linguiça" e seria facilmente encurtado para 350 páginas, há dramatização demais onde é desnecessário. O conteúdo referente a 2º Guerra é superficial e comum a todos, mal aprofundado e boa parte das informações se contém nos capítulos onde a Morte fala um pouco sobre "seu trabalho". Liesel é uma garota jovem, a Morte-que pouco mostrou vontade de falar sobre toda atrocidade que via- conta a história com base no livro da menina, juntamente com as vezes que cruzou com ela; a carência de informação seria coerência ou pobreza?















Gosto de ter em mente que seja para coerência dos fatos, a pouca informação se dá pela pouca informação que a menina recebe. O único real convívio que ela possui com a ideologia de Hitler se da graças a Max e a conversas que ouve; a garota passa por várias situações, porém termina o livro com escassez de conteúdo. Caso esteja enganada, lamento pelo texto de conhecimento comum, senti falta da realidade da guerra, de mostrar outros povos que também sofriam em campos de concentração, de mostrar o sofrimento real que as tropas passavam e os verdadeiros efeitos do nazismo; até mesmo eventos cruciais, como a guerra do Stalingrado, foram somente citados uma vez durante o livro.














A narrativa, entretanto, se destaca em algumas críticas pesadas, chegando até mesmo a abordar a principal arma que Hitler usava, e que a roubadora amava: as palavras. O final é previsível, graças a grande narradora que logo de inicio já diz o que irá acontecer com o "céu" dos moradores.
Ao todo não chega perto de ser uma leitura ruim, nem mesmo uma mediana, fundamental para aqueles que conhecem pouco sobre a 2° Guerra e querem ler uma iniciação do assunto.







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