segunda-feira, 6 de julho de 2015

Resenha *Fale!*




"Melinda é uma garota comum" isso parece cliché, porém -e antes que comecem a pegar os paus e pedras haterianos, aviso que isso não é um spoiler- ela foi estuprada, assustada com a situação a garota não delata o ocorrido a ninguém. Há instabilidade em sua família e por um mal entendido suas amigas a ignoram; violada fisicamente e ferida psicologicamente, a personagem começa a se fechar em seu próprio mundo e a necessidade de falar começa a desaparecer. Aos poucos, ela sente dor em sua mandíbula e incomodo na garganta, a quietude psicológica começa a virar uma mudez física.













Mesmo Melinda sendo uma garota o desenrolar da obra à torna 'unissex', a linguagem é fácil e fluente; acabamos virando Mel, sentimos agonia, dor, tristeza e solidão junto com ela, e mesmo assim a obra não tenta ser dramática. 


Ultimamente esse tipo de violência vem ganhando (finalmente) voz, porém muitos desvirtuam o assunto e focam em ir contra dizendo pérolas como: "estuprar seria um favor" "o estuprador também é vitima" e (possuem coragem a ponto de dizer) "estavam dando a chance". A questão não é quem, quantidade ou "por que", o problema é: "OTROÇO é real" e ficar tirando o foco do ocorrido tentando achar motivos ou desculpas é ignorância, desumano e imperdoável.



















Fale! não é ficção, isso é real, a mudez é verdadeira, Melindas existem; após a leitura, mesmo sem gostar da escrita, do desenrolar ou das personagens, o leitor sai com outra visão desse ato, estando mais habituado ao lado da vitima e de tudo que pode ocorrer com quem sofre essa violação.






















               Portanto a reação, literal ou emocional, do termino desse livro é a mesma: 

                                                     "Eu: aos prantos".

2 comentários:

  1. Hey! Estou louca pra ler esse livro, eu assisti o filme mas nem passava pela minha cabeça que era baseado nessa história.
    Abordar temas assim, acho que já é comum da Laurie Halse, choca o leitor e meio que dá uma sacudida gritando "ei, isso acontece!". Li Garotas de Vidro dela e gostei, traz uma realidade tremenda.
    Beijoss!
    Quase Outono

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